Com a passagem do carnaval vem ai a época da “Danças das
Cadeiras”, onde os destaques avaliam seu carnaval e as propostas oferecidas, e
alguns mudam de entidade. Nada anormal...
A ansiedade em estar
em uma escola de samba, ou nas melhores escolas de samba, faz com que a prostituição
no carnaval aumente. Não estou falando das meninas que ficam ao redor do Complexo
Cultural do Porto Seco, e sim de destaques que “se oferecem” as escolas de
samba, oferecendo fantasias, benefícios e muitas vezes até dinheiro para ocupar
determinado lugar.
Assim, quesitos importantes e de extremo talento do nosso
estado vão dando lugar ao amadorismo que o dinheiro pode comprar. Isso também pode
acontecer em alguns festivais, onde compositores abrem mão de seus prêmios para
serem os grandes vencedores.
A prostituição no carnaval não ocorreria se não tivesse o
aval de alguns presidentes. Os mesmos oferecem seus lugares de quesitos, para
ter gastos a menos em seu carnaval, ou mesmo tirar “aquela vantagem” que
sabemos ser costumeira entre os barracões.
A frente das baterias, por exemplo, são lugares disputados
por algumas lindas moças que fariam de tudo (até pagar), para estarem ali.
A inflação do carnaval por parte dos destaques quesitos também
tem boa parte de culpa neste processo. Hoje, tem quesitos que querem receber um
terço do cachê de uma escola de samba, o que faz com que os dirigentes procurem
alternativas mais baratas, e claro, perdendo também na qualidade. O ditado e
claro: O barato sai caro, e pode ate perder ou por em jogo um carnaval.
Infelizmente o amor pela agremiação tem sido coadjuvante.
Hoje temos poucos destaques com identidade a uma entidade, pois a cada ano os
mesmos seguem em busca de um valor melhor, ou mesmo de uma VALORIZAÇÃO, que vai
além de dinheiro, e passa pela casa do respeito, da hombridade e dos bons
tratos.
Nem todo mundo sai de uma entidade por conta de dinheiro, muitas
vezes a falta de compromisso e palavra dos gestores fazem com que cada vez
tenhamos que por mais cadeiras nessa dança, sem falar nos destaques que
preferem voltar a serem foliões de arquibancada, a suportar alguns distratos e
desmandos.
Só resta ao povo do carnaval festejar quando percebemos alguém
feliz, contratado ou não, e se doando de corpo e alma em alguma função, sendo
devoto a entidade que naquele carnaval esta pertencendo, e lamentar por quem PAGA
pra ser rei e faz papel de palhaço...