Todos nós amantes da folia em algum momento de nossas vidas
já refletimos sobre o passado e o presente de nosso carnaval, sempre procurando
num olhar atento a todos os tipos de particularidades que o cercam e projetar
um futuro mais promissor para esta cultura. Muito se fala que estamos numa
regressão tão intensa que periga não termos mais desfiles em Porto Alegre.
Sem entrar nos méritos sobre um possível fim ou não, vale o
refletir de tamanha desmotivação da população com essa cultura massificadora
que é carnaval. “Lembremo-nos” de outrora quando tínhamos arquibancadas
lotadas, altos índices de audiência televisivos e quadras de ensaios a todo
vapor, esse carnaval organizado e divulgado por apenas um órgão regulador a
AECPARS (Associação das entidades carnavalescas de Porto Alegre e Rio Grande do
Sul), mas em contra partida o monopólio Bambas, Imperadores e Restinga
perduravam a todo custo. Talvez não tenha mais espaço para esses monopólios
atualmente, mas resgatar o publico e garantir melhorias seriam primordial para
a cultura.
Vejam a divisão do carnaval do POA atualmente:
LIESPA (Liga Independente das Escolas de Samba de Porto
Alegre) que trata de todos os interesses das entidades que figuram no especial.
UECEGAPA (União das escolas de samba dos Grupos
Intermediários e de Acesso de Porto Alegre) que como a própria sigla se
transcreve cumpre o papel de gerir o intermediário A e o acesso.
AECPARS que segue ativa com menos filiadas, mas ainda
importante em aspectos de cultura e governo do estado.
Pergunto neste momento, quais interesses fizeram essa
partilha de órgãos reguladores?
Talvez não seja tão pessimista em relação ao carnaval, pois
diversidade de campeãs acabou se tornando realidade nos últimos 10 anos, a
plástica de alguns desfiles também aumentou, porém muito pouco pra progressão
dessa cultura.
Voltamos à classe das perguntas: Arquibancadas fixas?
Valorização de destaques? Transparência nas gestões? Comissão de frente? Perguntas frequentes feitas pela comunidade
carnavalesca que ficam sem respostas há tempos, ou seja, vemos uma gestão de
carnaval totalmente fragmentada quem regulamenta especial se difere de quem
regula o intermediário A e Acesso que por si só temos um terceiro órgão que
ainda possui associados de Acesso.
Acredito que a muito mais cifrões e questionamentos obscuros
aos quais possamos entender, mas o que me gera estranheza é que a matéria prima
de tudo é simplesmente e UNICAMENTE o Carnaval, e este é o que menos tem voz...